Se formularmos esta pergunta, as respostas dos inquiridos serão, com certeza, bastante uniformes: a pele, a minha pele, bem, é isto que cobre o meu corpo, é um revestimento. De facto, assim acontece (o humorista Wilhelm Busch definia o ser humano como um saco de couro cheio de truques); a pele é a fronteira que me separa do meio ambiente, do mundo que me rodeia. Mas também podemos dizer que a pele é o que me integra no mundo, pois é a pele exposta a parte do meu ser com a qual os outros entram em relação visual.
Mas se quisermos definir melhor a pele, recorremos à sua estrutura, tal como o exame microscópico a revela: na pele estão reunidas duas camadas de origem e função diversa, a derme (que provem da mesoderme embrionária) e a epiderme, que deriva da ectoderme, ou seja, a camada mais externa do embrião.
A pele é um órgão complexo, com diferentes tipos de células, glândulas sudoríperas, sebáceas e apócrinas, e as suas funções vão muito além das de mero revestimento protector contra lesões traumáticas e infecções: regulação da temperatura corporal, produção de vitamina D, evaporação de água, excreção e absorção (em menor escala), reconhecimento de ameaças exteriores através dos sentidos (táctil, térmico, doloroso, pruriginoso) são algumas das funções importantes que a pele desempenha.
É ainda espelho de emoções e afectos: a literatura está cheia de relatos de quem cora de vergonha, empalidece de medo, fica escarlate de fúria ou torna lividez quase cadavérica ao deparar com uma situação trágica. O valor estético da pele, da sua perfeição e cor são, obviamente, dados universalmente conhecidos e sujeitos a evolução cultural (apontemos como exemplo o ideal de beleza do romantismo — a face feminina alvíssima, capaz de corar suavemente, resultando naquilo que se denominava “uma tez de leite e rosas”; em contraste com a pelebronzeada e brilhante que os anúncios de hoje nos propõem como cânon estético).
Essa é uma evolução que se anuncia desde tempos bem recuados, como o cântíco dos cânticos bem demonstra (“Não repareis na minha tez morena/pois foi o sol que me queimou” desculpa-se a Esposa, ao que o galante Esposo responde “A tua face é como um pedaço de romã/por detrás do teu véu”).
Sendo a pele, pois, órgão tão importante, com tanto significado na saúde e na aparência, no relacionamento social e amoroso, no bem-estar geral, como se compreende que seja tão desprezada ou até mal tratada por grande parte da população? De facto, e para só falarmos de populações de países desenvolvidos, com hábitos higiénicos regulares, quantas vezes é a pele agredida e reduzida a sua capacidade de defesa e regulação. Tal acontece, por exemplo, quando se recorre a lavagens excessivas com detergentes potentes (resultando em remoção da camada lipídica protectora), à aplicação de produtos cosméticos com pH inadequado ou contendo substâncias com risco de irritação ou sensibilização. Da mesma forma, o recurso a anti-perspirantes bloqueia uma função normal e pode ter consequências deletérias.
Mais grave ainda é a exposição exagerada aos raios solares, situação unanimemente reconhecida como causa do incremento do número de casos de cancro cutâneo.
Bem merece, pois, a pele que a tratemos com a devida atenção, proporcionando-lhe os cuidados simples que a manterão firme e elástica, sã e capaz de desempenhar as suas funções. Nesse aspecto, é de particular importância hidratar convenientemente a pele, sobretudo quando a idade superior a 50 anos traz consigo, no decurso do envelhecimento fisiológico, uma crescente secura cutânea, com o seu cortejo de prurido e infecções..
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